quarta-feira, 30 de maio de 2012

Hope that something pure can last

Continuo a acreditar que é mais difícil apoiar os amigos nas alegrias do que nas tristezas.
A alegria pressupõe sensibilidade para compreender os entusiasmos e alegrias de quem está bem (quando está realmente bem) e a naturalidade de encorajar isso tudo.

terça-feira, 29 de maio de 2012

How small we are when our love is far away

Nunca me hei-de perdoar aquele dia. Foi o maior susto da minha vida.
Ao mesmo tempo, nunca hei-de suspirar tão fundo o alivio que foi aquele dia.
5 pessoas. 5 vidas.
Às vezes, volto a sentir-me puto a brincar com playmobils. Monto cenários, arranjo problemas e depois tento resolve-los. Telecomando vidas. Digo aos homens onde quero que eles fiquem. Como se a minha mão os pusesse lá.
Acobardei-me nesse dia, trancado num carro vermelho, de rádio na mão, chorei muito. As mãos tremiam-me. A voz. O corpo.
Perdi-me naquele momento que percebi que aquilo não era um cenário de playmobils. Eu tinha-os posto lá mas não os conseguia tirar.
Gritei tanto que no outro dia perdi a voz. Acobardei-me e fui isolar-me num carro vermelho.
"Seja o que Deus quiser", disse-vos. Desliguei o telemovel. Desliguei os rádios. Nesse momento, acobardei-me. Fechei os olhos e imaginei as cinco vidas que tinha posto lá. Recordei as histórias, os momentos e as lembranças de cada um e percebi que só tinham partilhado coisas boas e bonitas comigo. Acobardei-me ainda mais.
Rezei. Seja o que Deus quiser mas que Deus queira ajudar. Que Deus escreva direito.
Acobardei-me e soube naquele exacto momento que nunca me iria perdoar.
Aqueles momentos pareceram-me cinco anos. Um por cada um. Chorei muito nesse dia, não tenho memória de alguma vez ter chorado tanto na vida. Chorava de raiva, de culpa e de arrependimento e por isso, preferi acobardar-me.
O suspiro, ao final do dia, foi tão grande quanto o choro.
Vinhas suja e despenteada. Cheiravas a fumo e vinhas com a cogula ao pescoço. Foi assim que me deste o abraço mais reconfortante que já senti, com os olhos mais bonitos do mundo e um sorriso rasgado.
Eu estava deitado, cansado e exausto. Tu vieste e deitaste-te em cima de mim, com os braços à volta do meu pescoço. Não tive forças para te abraçar. Chorei mais mas chorava por estar feliz.
Ouvia a tua voz ao meu ouvido a dizer "Já passou...". Respirei de alivio mil e uma vezes.
Estavas ali, o meu playmobil preferido. Suja, despenteada e, no entanto com os olhos e o sorriso mais bonitos do mundo. Abraçaste-me e eu renasci.
Foi nesse dia que me apaixonei por ti.

Writing is soul food

Há dias que penso em muitas coisas para escrever e escrevo-as.
Outros em que penso muito mas não escrevo nada.
Escrever traz-me aqui e continuo a acreditar que enquanto escrevo consigo ignorar agradavelmente a minha vida.

Lembra-te de mim sempre que o teu coração quiser

Segue sempre aquilo que achas que te vai fazer feliz.
Eu segui-te e fui estupidamente feliz.

(Foi a isso que me agarrei quando vi o teu avião partir.)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Quero homens com asas nas costas e fogo na alma


Enquanto aqui estiver, hei-de ser sempre o primeiro a chegar e o último a sair. Esta é a maneira mais genuína de vos dizer que por vocês tenho um orgulho e um respeito desmedido.
Obrigado. A todos e a cada um.
Aos que continuam aqui, a lutar tanto quanto eu. Aos que começaram a construir esta força. Aos que defendem a causa e entregam o corpo às balas. Aos que passaram por aqui e deixaram vontade.
Todos. Aos novos e aos velhos.
Dos estagiários aos chefes.
Também aos que eu não pude ou não soube salvar porque a natureza foi mais forte e traiçoeira.
Enquanto aqui estiver, hei-de sempre dar o meu melhor para continuarem a confiar a vossa vida nas minhas mãos.
Sou um de vocês e por isso, espero nunca vos falhar.




Love is a losing game

Queria contar-te a palavra que tenho por te dizer.
Desenhar-la no teu corpo e ensinar-te a pronuncia-la.
Queria soletra-la para que a memorizasses. Uma a uma.
Tenho medo que te esqueças da minha palavra porque a finges não ouvir. Tenho medo porque me enganas: Dizes que não a sabes dizer e logo a seguir, confessas que não a sabes sentir.
Só se reconhecem as palavras quando as sentimos. Vou dizer-te outra vez: Só se reconhecem as palavras quando as sentimos.
A minha palavra é simples, como são as coisas mais importantes da vida. Tu és simples (percebeste que disse que eras das coisas mais importantes da minha vida? Ensinaste-me esta maneira de mostrar os afectos, de mostrar o que sentimos por outras palavras).
A palavra que te quero dizer é fácil de entender. É difícil de sentir. É rara de encontrar e invulgar de reconhecer. Porque só se reconhecem as palavras quando as sentimos.
Uma palavra: A que nunca me soubeste dizer e a que eu calei com medo de abusar.

Time, make it go faster or just rewind

Sim, foi tarde demais. O tempo. Sempre o tempo. O tempo que não foi suficiente para se mostrar. O tempo que não foi bem aproveitado. O tempo que se perdeu. O tempo que não sobrou. O tempo. O acumular de horas. E no fim, novamente, o tempo. O tempo em que não se percebeu. O tempo de nos arrependermos. O tempo de seguir em frente. O tempo que se consumiu. O tempo que nunca volta atrás.
O tempo. O tempo não volta atrás. Mas o tempo, continua a dar-nos sempre os mesmos problemas. O tempo é a melhor e a pior desculpa. O tempo pode ser uma hora. Uma vida. E muitas vezes, demasiadas vezes, o tempo é um prazo de validade. O tempo pode ser passado, futuro. Tempo morto. Tempo também é presente.
Dar tempo ao tempo. Respirar. Esperar. O tempo cura tudo. Lembra-te, o tempo cura tudo. Um dia, um mês, uma vida. O tempo, sempre. Dá-te ao tempo. E avança, a tempo e horas. Conheces os tempos dourados? Também existem. Respira. Outra vez. Sentes o tempo? Está a passar. Está quase a deixar de doer porque ele cura. Estamos sempre a tempo de recomeçar. Respira. Abre os braços. Repara.
O tempo faz-nos estar todos descompassados. Passou tanto tempo desde que te foste embora. Passou tão pouco tempo desde que me despedi de ti. O meu tempo não é o teu tempo. Um dia sem ti é muito. Um dia contigo é pouco. E no entanto, o mesmo tempo - um dia.
Para ti, todo o tempo. Para que respiremos ao mesmo tempo.
Que o tempo passe rápido enquanto não estás aqui. Em três tempos. Dou-me ao tempo e respiro, tempos a tempos. Cada coisa a seu tempo. Tenho tempo mas não sei a quanto tempo estás de mim.

domingo, 27 de maio de 2012

This beauty is so tragic too

Tu serás sempre um rio de chamas que correu debaixo da minha pele.

Set my heart on fire

Desejei-te tanto. Imaginei as tuas feições e o som da tua voz. Não sei se algum dia saberás mas esperei-te muito tempo. Mas quis-te tanto que não te queria forçada nem por um acaso. Definitivamente, não te queria se não te quisessem tanto quanto eu. Por isso, nunca me cansei de esperar, nunca. E hoje que te tenho, depois de te esperar tanto, depois de estar a 8 meses de ti, dizem-me que és um erro. Um erro, foi assim que te definiram. Era a mim que me queriam ofender mas foi a ti que te definiram. Erro, como que se o que eu mais quis na vida pudesse ser resumido numa palavra.
Se me conhecesses, saberias que não gosto de dúvidas. Nos momentos realmente importantes, temos de tomar uma decisão e leva-la até ao fim. Não podemos mudar de caminho, voltar atrás e recomeçar com uma ideia diferente. Escolhe um caminho e descobre-lhe o fim - era isto que sonhava ensinar-te. Ia explicar-te que não importa a decisão que tomes, que o inicio de um caminho não é o fim de coisa nenhuma. O início de um caminho é uma descoberta, um fim que merece ser visto.
Leva as coisas até ao fim - o meu pai também me dizia isto. E, se eu ouvisse mais vezes o meu pai, não tinha desistido de um caminho onde ainda não tinha visto o fim. E talvez tu, pudesses estar aqui. Sem erros, só certezas. Como um inicio, um caminho que merecia ser percorrido.

Touch is a mixture of which general senses

O cumprimento é um gesto simbólico que diz o que os outros pensam de nós. Acredito mesmo nisto.
Há pessoas que não posso deixar de tocar, pelo menos uma vez.
O aperto de mão forte e aberta que troco com o Filipe. O abraço com os ossos todos que eu e o meu irmão damos. O beijo na bochecha com uma mão pousada na cara da Bárbara. A mão no ombro das pessoas que admiro e com quem trabalho. Os beijos da minha mãe, que continua a não conseguir dar-me só dois. A palmada nas costas de alguém que já conhecemos há muitos anos. As minhas mãos dentro das mãos da minha avó enquanto me explica que a vida está cada vez mais difícil e avisa para ter cuidado. Os beijos rápidos a alguém que foge. Os joelhos juntos de duas pessoas que não sabem o que querem mas desconfiam. O aperto de mão prolongado que se dá aos amigos sinceros que só vimos de tempos em tempos. O beijo de olhos fechados que ainda dou ao meu pai. A mão no braço das pessoas que confiam a vida delas em mim, para os momentos de insegurança, como que a dizer que estou ali, disfarçando o meu medo. A calduça do meu tio enquanto diz "então, rapaz?".

Há pessoas que não quero nunca deixar de tocar.

I wish i were another man

Não sei a força que o amor tem. Nem o preço, talvez porque não se possa roubar.
O amor não se pede, nem se mendiga. O amor dá-se, de coração cheio, sem medidas.
O amor são duas pessoas, como um cofre que se esvazia e volta a encher, de amor. Sem medos porque é protegido por si.

O (meu) amor está em todo o lado, menos aqui.

I'm doing the best i can

Não sei o que aconteceria se os meus olhos deixassem de ver o paraíso dos teus.

With all my love for you

Holding on to love,
Love should stay,
Holding on to you is the best thing I'll ever do.