domingo, 27 de maio de 2012

Touch is a mixture of which general senses

O cumprimento é um gesto simbólico que diz o que os outros pensam de nós. Acredito mesmo nisto.
Há pessoas que não posso deixar de tocar, pelo menos uma vez.
O aperto de mão forte e aberta que troco com o Filipe. O abraço com os ossos todos que eu e o meu irmão damos. O beijo na bochecha com uma mão pousada na cara da Bárbara. A mão no ombro das pessoas que admiro e com quem trabalho. Os beijos da minha mãe, que continua a não conseguir dar-me só dois. A palmada nas costas de alguém que já conhecemos há muitos anos. As minhas mãos dentro das mãos da minha avó enquanto me explica que a vida está cada vez mais difícil e avisa para ter cuidado. Os beijos rápidos a alguém que foge. Os joelhos juntos de duas pessoas que não sabem o que querem mas desconfiam. O aperto de mão prolongado que se dá aos amigos sinceros que só vimos de tempos em tempos. O beijo de olhos fechados que ainda dou ao meu pai. A mão no braço das pessoas que confiam a vida delas em mim, para os momentos de insegurança, como que a dizer que estou ali, disfarçando o meu medo. A calduça do meu tio enquanto diz "então, rapaz?".

Há pessoas que não quero nunca deixar de tocar.

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