segunda-feira, 11 de junho de 2012

A base do preconceito é a incompreensão

Reconheci-o ao longe. Ele também me viu, embora o tivesse evitado.
Veio ter comigo e esticou a mão para cumprimentar-me.
Perguntou-me pela vida e disse que a dele estava a ir, "devagarinho". Estava de precária e a achava que a pena ia ser reduzida. Começou a estudar solicitadoria e estava optimista de que a vida pode sempre mudar de rumo.

Agradeceu-me, mais uma vez e passado três anos. Agradeceu-me mais do que uma vez enquanto me apertava a mão com força e as lágrimas lhe apareciam nos olhos. Agradeceu-me genuinamente pela vida que naquela noite fomos capazes de lhe devolver.
Não lhe soube responder. Ele não sabia que a noite que me estava a agradecer,  foi a mesma noite em que eu lhe tinha desejado a morte. E senti-me pequeno porque a verdade é que não nascemos para julgar ninguém e a vida pode sempre mudar de rumo.

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